A convite da própria Maria Massena, conhecida carinhosamente como Mainha, este editorial nasce para honrar uma trajetória marcada por afeto, ancestralidade e criação. Baiana, periférica e múltipla, Maria tem sido referência na cena gastronômica de São Paulo. Seus pratos carregam a memória da cozinha ancestral, o tempero das raízes e a afetividade da comida feita em casa.

Mas Maria não está só dando o nome nas cozinhas com todo sabor. Ela ocupa também outros espaços: na moda, na beleza, fomentando autoestima em todos os lugares. Sua presença é demarcação de território e reflexão sobre o que significa ser mulher negra madura em uma sociedade que tantas vezes tenta limitar essa potência.

Beleza Ancestral: Memória das Mais Velhas, referência para as mais novas

Quando olhamos para os saberes ancestrais, aprendemos que a beleza não é exclusividade da juventude. Ao contrário, ela é construída e transmitida pelas mais velhas, por aqueles e aquelas que vieram antes de nós. É nelas que encontramos pistas, símbolos e referências sobre o que significa ser belo, potente e digno.

É nesse sentido que ter Maria Massena como musa deste editorial se torna ainda mais simbólico. Ela traz consigo essa presença viva, essa força que dialoga com a memória das mais velhas e com o legado que precisamos atualizar e respeitar. Sua imagem veste e reconta histórias não só dela, mas de todas as que vieram antes.

Mayakas: Joias de Cabeça como Linguagem

Com as Mayakas, adornos de cabeça , cada fotografia se transforma em um gesto de celebração. A estética não é apenas beleza, é linguagem, é tecnologia ancestral, é ferramenta de empoderamento.

Produzir esse editorial ao lado de Maria, Marcos, Augusto, Ivan, as parcerias das lojas Isaac Silva Brand e Coração de África, vocês são sucessooooo. Mais do que um ensaio fotográfico, foi um ato político de reafirmação: nossas cabeças são territórios sagrados. Vestir o orí é vestir histórias. E cada fio pode ser um fio de memória, de afeto e de liberdade.

Um Chamado à Reflexão

Este editorial é também um convite. Que possamos rever nossos olhares sobre a beleza, sobre a maturidade, sobre os corpos que insistem em se manter potentes, vivos e criativos em meio às tentativas constantes de silenciamento.

Gostaríamos que o editorial fosse percebido por cada pessoa como uma convocação à reinvenção da beleza madura e o que entendemos por beleza. Que todos os corpos são territórios que devemos habitar com mais atenção para nós mesmos para reconhecer que nossa potência estética ancestral evolui no tempo do fio da vida que tecemos. E, ao fazermos isso, abrimos espaços para que nossas narrativas floresçam, evocando o respeito, povoando de afeto toda maturidade, sobretudo a negra, merece.

A beleza é ampla: ela está no legado, no aprendizado e na resistência dos que nos antecederam. Ao lado de mulheres como Maria Massena, seguimos costurando futuros, construindo imagens e liberando espaços para novas narrativas.

Viva Marias Massenas ✨✨✨✨